Urbanismo 6 _ ainda assentamentos em Weimar.


- Depois de demitir-se da Bauhaus no fim de 1927, Walter Gropius envolveu-se cada vez mais com o problema da construção de moradias de baixo custo, preocupando-se teoricamente com a melhoria dos padrões habitacionais, tentando oferecer padrões de vida mais altos e serviços sociais mais abrangentes (Frampton).
           
- No seu texto de 1929 – As bases sociológicas da habitação mínima – ele apresentou a conhecida tese socialista em favor do envolvimento do Estado na construção de moradias “Se a moradia mínima vai ser realizada em níveis de um aluguel capaz de ser sustentado pela população, o governo deve ser exortado a: 1. impedir o desperdício de fundos públicos com moradias de grandes dimensões (...) para as quais é necessário definir um limite máximo em termos de seu tamanho; 2. reduzir o custo inicial de estradas e serviços; 3. oferecer os terrenos para as construções tirando-os das mãos dos especuladores; 4. liberalizar ao máximo as leis de zoneamento e os códigos de construção” (Gropius Apud Frampton).

- No CIAM de 1930, acontecido em Bruxelas e tendo como tema o ‘desenvolvimento racional do lote’, Gropius apresentou um diagrama propositivo, demonstrando a densidade e o espaço aberto crescentes a serem obtidos através do uso de prismas de alturas diversas, onde basicamente o espaço entre blocos a ser mensurado em 2,5 vezes a altura do bloco.




Assentamento Torten. Moradias em série na periferia de Dessau. 1926-28.
Arquiteto e urbanista Walter Gropius. 




Assentamento WeiBenhof. Exposição ‘A vivenda’ da Deutsche Werkbund.  Stuttgart.
1926-27.
Urbanista: Mies Van Der Rohe. Arquitetos: J. J. P. Oud, Le Corbusier, Peter Behrens, Gropius, Mies Van Der Rohe, Hans Poelzig, Max e Bruno Taut et alii.

- “No verão de 1925, em Bremen, uma reunião da Deutscher Werkbund aprovou a proposta formulada por um grupo de membros para realizar uma exposição de arquitetura sobre a vivenda moderna na cidade de Stuttgart. O objetivo era dar continuidade aos esforços da Werkbund para aprimorar a produção industrial alemã em todos os níveis, do desenho do objeto ao edifício, associando arquitetos, designers, industriais e empresários no propósito comum de reconciliar os princípios do bom desenho com as necessidades da máquina” (CABRAL. Arquitextos).



Assentamento Dammerstock. Karlsruhe. 1928-29.
- No contexto da Sociedade de investigação para padrões econômicos na construção de moradias, da qual fazia parte do Conselho Científico, os interesses de Gropius por volta dos anos 30 focaram-se na estandartização da obra de construção onde a racionalização e a normatização se transformaram no leitmotiv das preocupações do arquiteto. No escritório de Gropius trabalhava o jovem arquiteto Ernst Neufert.   


Assentamento Siemensstadt. Berlim. 1929-31.
- Foi construído entre 1929 e 1931, sob o plano geral de Hans Scharoun. Sete proeminentes arquitetos da Republica de Weimar participaram: Scharoun, Fred Forbat, Otto Bartning, Walter Gropius, Paul Rudolph Henning e Hugo Häring. O apelido Ringsiedlung veio da associação desses arquitetos com o coletivo Der Ring. Os espaços abertos foram projetados pelo arquiteto paisagista modernista alemão Leberecht Migge.

- Ao contrário de outros projetos de habitação pública significativos da época, que foram produzidos sob patrocínio governamental cooperativo da Gehag, o Siemensstadt foi construído por uma cooperativa de habitação privada, como habitação para trabalhadores  da fábrica elétrica vizinha Siemens, que empregava 60.000 trabalhadores. As ruas e praças do assentamento foram nomeadas de engenheiros, físicos e inventores cuja atuação contribuiu para o sucesso da Siemens AG.

- A forma do assentamento marcou um ponto de virada no pensamento urbano, o ponto em que Martin Wagner, o planejador da cidade de Berlim, abandonou um projeto de estilo urbano de baixa densidade com jardins individuais, em favor de blocos de apartamentos de vários andares muito mais densos. O assentamento tem 1370 apartamentos, 30% com 48 m2, 50% com 54 m2, 10% com 63m2 e 10% com 70 m2 e, seguindo as diretrizes da Constituição de Weimar de 1919, todos os apartamentos incluiamn um banheiro e cozinha separados e uma varanda. Existem também 14 lojas e escola mista. A maioria dos edifícios tem quatro pisos (16 metros de altura) ou cinco pisos (28 metros de altura), construídas em filas paralelas de norte a sul e afastados das ruas, com acesso trilhas internas de 2, 5 metros de largura. Os prédios têm telhados planos (terraços), paisagismo e jardins. (Wikipedia.com).





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